Resenha: War of the Worlds, Pt. 2 – Michael Romeo

arte com caveiras desfiguradas cravadas em um objeto. O nome do músico e do disco aparecem juntos no topo

Reprodução da capa do álbum (© Inside Out Music)

Enquanto o colega de Symphony X Russell Allen se recuperava da tragédia que sofreu em turnê com o Adrenaline Mob, o guitarrista estadunidense Michael Romeo reativou sua carreira solo (dormente havia quase 25 anos) com War of the Worlds, Pt. 1 (clique aqui para conferir minha resenha a respeito). Pouco depois, outra tragédia: a pandemia de COVID-19, que frustrou planos da banda de fazer turnês. Michael não teve dúvidas e tratou de finalizar a segunda parte de sua obra, War of the Worlds, Pt. 2, que já estava em gestação desde a edição de sua antecessora.

Na resenha do disco anterior, eu disse que o ouvido destreinado poderia erroneamente taxá-lo como “Symphony X sem Russell Allen”. Para desespero deste resenhista, Michael trocou o vocalista: sai Rick Castellano (não, não aquele do Blue Öyster Cult) e entra Dino Jelusick (sim, aquele do Trans-Siberian Orchestra, Whitesnake e outros), cujo timbre é muito próximo do de Russell – o que uma maneira singular de dizer que ele manda bem pacas.

Brincadeiras à parte, o som segue distante do grupo principal do guitarrista, porque desta vez, até mais do que antes, ele investe muito em música clássica cinematográfica, com densas orquestrações permeando – às vezes até dominando – as canções (cinco das 13 são instrumentais, devo adicionar).

Fora esses instrumentais, temos basicamente uma paulada atrás da outra. A balada “Just Before the Dawn” é a única exceção. Nem as duas faixas bônus escapam da lógica, sendo uma paulada e outra instrumental. Eu nem tenho muito o que dizer depois da surra que meus ouvidos levaram da avalanche de riffs que o estadunidense despeja sem dó.

E preciso exaltar novamente a performance dos incríveis John “JD” DeServio (Black Label Society) e John Macaluso (ex-Yngwie Malmsteen), respectivamente baixista e baterista. A cozinha dos dois não se contenta em ser um mero suporte e soa proeminente, mas não a ponto de competir com o nome que assina o lançamento.

Faminto por novos conteúdos, Michael se arriscou em instrumentos inusitados como o violoncelo, o oud e o saz (estes últimos instrumentos de cordas típicos de toda a região que vai do leste europeu ao Oriente médio) – isso fora o evidente salto evolutivo em qualidade de composição.

Dito isto, eu não sei como vai soar o próximo álbum do Symphony X, mas estou esperando algo que iniciará uma nova fase para o quinteto. Por enquanto, o fã tem muito com o que se deliciar até que a lenda de Nova Jersey volte ao estúdio.

Avaliação: 5/5.

Abaixo, o vídeo de “Divide & Conquer”:

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